Como desenvolver e manter o desempenho cognitivo?

Tempo de Leitura: 8 min

Como desenvolver e manter o desempenho cognitivo?

Como desenvolver e manter o desempenho cognitivo?Quando falamos em desenvolvimento cognitivo, estamos a pronunciar-nos sobre o desenvolvimento da capacidade de pensar e compreender. Esta é uma área de estudo da neurociência e psicologia que evidencia o desenvolvimento da criança nos marcos do processamento de informação, aprendizagens de línguas, recursos conceituais e habilidades de percepção, sempre a estabelecer um padrão comparativo com o nível adulto.

É importante percebermos que cada indivíduo tem o seu perfil cognitivo, isto é, cada pessoa tem o seu próprio conjunto de padrões para captar e processar as informações que recebe.

As pessoas que têm trabalhos que exigem muito das suas funções cognitivas, não se preparam para garantir que os seus cérebros estejam preparados para o trabalho todos os dias.

Muitas destas pessoas deveriam considerar-se atletas cognitivos devido ao seu extenso trabalho pensante, assumindo assim uma postura para fazerem o possível para torná-los o mais preparado possível para as suas actividades diárias. Mas infelizmente, na sua maioria, não adoptam atitudes diárias para que os seus cérebros estejam em excelente forma.

A aptidão cognitiva é um estado de alerta do cérebro que optimiza a sua capacidade de raciocínio, lembrança, aprendizagem, planeamento e adaptação. Considere tudo o que envolve a preparação de um atleta desportivo, a tudo que consiste a sua rotina, o exercício físico, o sono, a alimentação, etc. Assim  como o nosso corpo, o nosso cérebro também precisa de cuidados diários, atitudes, adotar estilos de vida saudáveis, exercícios, também podem melhorar a nossa aptidão/performance cognitiva.

A neurociência diz que temos 5 domínios-chave do cérebro, são eles:

  • Atenção/concentração– que diz respeito a capacidade de nos concentrarmos em estímulos sensoriais, visuais e auditivos e filtrar as distracções indesejáveis.
  • Funcionamento executivo– que diz respeito a capacidade de planeamento estratégico sobre as nossas acções e gerir as mudanças sempre que necessário.
  • Precisão psicomotora e de velocidade– está directamente ligado ao tempo de reacção, ou a velocidade de processamento e das funções relacionadas com a rapidez com que podemos reagir aos estímulos e processar a informação.
  • Memória episódica– que diz respeito a capacidade de codificação, armazenamento e recuperação da informação. Esta memória capta tudo o que prestamos atenção, ou seja, palavras, imagens e cheiros.
  • Memória de trabalho– esta é responsável por processar informações novas e já armazenadas. Exerce um função muito importante para o raciocínio, compreensão, aprendizagem e actualização da memória.

A funcionalidade efetiva de cada um destes cinco domínios são fundamentais para o melhor desempenho dos profissionais. Para tal, deve-se dar especial atenção aos seguintes factores que afectam o desempenho cognitivo (concentração, memória, resolução de problemas e tomada de decisão) como a nutrição, a hidratação, a qualidade do ar, o sono, a aptidão física, a postura, design do local de trabalho, a propriedade do espaço e a cultura de trabalho.

  • Pequeno almoço

Esta tarefa tem um grande impacto no desempenho do cérebro, pois após 6 ou mais horas de sono os nossos nutrientes e açucares, o suprimento de fluídos estão esgotados e portanto devemos fazer a reposição com essa importante refeição. A nutrição optimizada ajuda no desempenho e concentração em períodoss prolongados de alto estresse físico e mental. Neste caso, quando nos privamos desta refeição, temos uma maior dificuldade em obter  os níveis diários recomendados de vitaminas e nutrientes que o corpo e a mente precisam, resultando num comprometimento de funções neurológicas como habilidades motoras, processamento de informações e memória.

  • Hidratação

Quando os níveis de água do corpo baixam até 2% do peso corporal, o desempenho cognitivo, também baixa drasticamente. Entre os sintomas mais frequentes, destacam-se as dores de cabeça (cefaleias), a sensação de cansaço e fraqueza, confusão e mudanças de humor. A desidratação tem grande impacto negativo na capacidade cognitiva e interfere no desempenho associado a habilidades como a capacidade espacial, memória imediata, percepção, atenção e na interacção entre o cérebro e a parte física.

  • Sono

A privação do sono tem um impacto negativo sobre quase todas as funções cerebrais, tais como no controlo das emoções e atitudes, na lembrança de coisas, na tomada de decisões, no lidar com as mudanças e na resolução de problemas. Assim, os tempos de reacção podem ser mais lentos, demora-se mais na elaboração e conclusão de tarefas e há maior probabilidade em cometer-se erros.

  • Exercício físico

Existe uma relação positiva entre a prática de exercícios e melhoramento do desempenho cognitivo. Este facto deve-se as mudanças fisiológicas em resposta ao exercício que têm implicações positivas para a função cognitiva.

  • Cafeína

Podemos encontrar a cafeína no café, alguns chás, nas bebidas energéticas, chocolates e em muitas bebidas efervescentes. A cafeína interage com os receptores de adenosina no cérebro, cuja função é de regular os ciclos de dormir e acordar. Há um acúmulo da mesma no cérebro enquanto estamos acordados, que depois conduz-nos a um estado de sonolência. Deste modo, a cafeína coíbe o cérebro de detectar a adenosina, assim os sinais para desacelerar e descansar não são recebidos e por sua vez, o corpo prepara-se para agir. A cafeína pode ser usada como um estimulante suave para o sistema nervoso central e ajuda na melhoria do desempenho mental, na atenção e na concentração, quando é necessário estar focado e com maior atenção a detalhes.

  • Glicose

É um tipo de açúcar (normalmente obtida dos carboidratos) que é a principal fonte de energia para o cérebro humano. Há um maior uso da mesma quando estamos a desempenhar tarefas mentais particularmente desafiadoras, deste modo, um corte na nossa dieta diária conduzirá na diminuição significativa do desempenho cognitivo.

  • Ruído

É uma das principais fontes de distração no ambiente de trabalho ou escolar, conduz-nos ater uma edução significativo no desempenho e leva-nos a desenvolver altos níveis de stresse. A memória de trabalho tem a capacidade de reter e manipular as informações por breves períodos de tempo e este é um aspecto fundamental do funcionamento cognitivo efectivo. Assim, quando há muito trabalho o ruído tem um grande impacto negativo, uma vez que se exigem recursos adicionais para combater o seu efeito, por outro lado, quando temos tarefas mais simples e não necessitamos de dar muita atenção, alguns ruídos que nos distraiam têm uma influência positiva.

  • Temperatura

Quando estamos a trabalhar com uma temperatura alta (acima dos 30c) há um efeito negativo no nosso desempenho cognitivo, pois a temperatura é uma fonte de stresse. Quando estamos desconfortáveis porque o nosso local de trabalho está muito quente ou frio, vamos ter um maior consumo da nossa capacidade cognitiva, pois o principal trabalho do cérebro é gerir a nossa fisiologia.

  • Interrupções de tarefas

Independentemente do motivo, as interrupções no nosso fluxo de trabalho e processos de pensamento podem ter sérios impactos no nosso desempenho e produtividade. Os estudos indicam que nós mudamos de tarefas mais ou menos de três em três minutos, então quando somos interrompidos, o cérebro tem que deixar a sua linha de pensamento para lidar com a interrupção, este  processo  pode levar alguns minutos até o cérebro liberta-se de uma parra voltar novamente a tarefa anterior. O que pode acontecer é que o tempo, o esforço e o foco necessários para a conclusão bem sucedida a cada tarefa, acaba por ser prejudicado, pois demora mais e não há maior rigor na conclusão das mesmas.

  • Iluminação

Afecta-nos física, fisiológica e psicologicamente, se a iluminação for insuficiente ou inadequada, pode vir a interromper os nossos ritmos padrão, resultando em consequências adversas para o nosso desempenho cognitivo, na nossa segurança e na saúde. A luz estimula uma ampla gama de respostas fisiológicas, tais como a redefinição do nosso ritmo circadiano (relógio biológico) e melhora o nosso estado de alerta. O nosso estado de vigilância é mantido pela iluminação de alta frequência, já a baixa ou falta  de iluminação, levam o nosso corpo a assumir que é altura de economizar energia e por sua vez, descansar.

  • Estimulação cognitiva

Trabalhos que são cognitivamente exigentes, desafiadores e variados, que oferecem a oportunidade de aprendizagem ao longo do tempo, podem aumentar o funcionamento mental e reduzir o efeito do declínio relacionado com a idade. Entretanto as actividades ocupacionais, como por exemplo hobbies que não sejam particularmente desafiadoras não são suficientes, o aprendizado tem que ser contínuo para que haja uma diferença mensurável. Assim, quando estamos a aprender uma nova habilidade, isso requer bastante esforço e empenho, por este motivo, fazermos só palavras cruzadas, não será suficiente para o grau de esforço necessário, e por isso a melhoria torna-se menos evidente.

Assim, para uma melhor compreensão do tema, procure um técnico especializado que o/a ajudará a compreender melhor a sua situação em particular.

Nice da Rocha
Nice da RochaPsicóloga Clínica;

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    30 de Setembro, 2020

    Confortador e gratificante rever aspectos relevantes em nossa profissão. Leitura agradável e despertadora dessas questões

    Eliseth CRP 18 00003
    14 de Agosto, 2020

    Excelente material, muito esclarecedor.

    Mônica
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    2019-05-16T19:36:09+01:0017 de Maio, 2019|
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