Querido Professor…

Tempo de Leitura: 2 min

Querido ProfessorQuerido Professor,

Confesse… Aguentaria uma manhã inteira sentado numa secretária, mantendo a sua capacidade de foco constante e uma eficiência elevada, sem ir trocar umas palavras com um colega, beber um copo de água ou esticar as suas pernas? Seria um enorme desafio, não? As pequenas pausas e os intervalos ao longo de uma jornada de estudo ou trabalho têm um valor extraordinário. E quando falamos de crianças e jovens, isto é tão ou mais relevante.

Os seus alunos precisam e merecem os seus intervalos. Estes momentos de pausa, no decorrer dos seus longos dias de aulas, são essenciais para que se divirtam, libertem energia e desenvolvam importantes competências emocionais, sociais e motoras. Mas não só! Enquanto correm, conversam, jogam à bola, descem escorregas, trocam cromos, as crianças também (e talvez fique surpreendido) estão a melhorar notas nos testes, a melhorar o seu comportamento na sala de aula e a potenciar a sua capacidade de aprendizagem.

A investigação realizada nesta área tem sido diversificada e as conclusões dão que pensar! Partilho consigo algumas das ideias mais relevantes.

  • Os intervalos melhoram o comportamento dentro da sala de aula.
  • O tempo de intervalo potencia as competências executivas das crianças como a atenção, a memória, a criatividade e a resolução de problemas.
  • Mais tempo de intervalo ajuda crianças com hiperatividade e défice de atenção a focarem-se melhor e a apresentarem menos comportamentos disruptivos, no decorrer das aulas.

Sabia que a Academia Americana de Pediatria considera os intervalos como algo imprescindível para alunos no ensino básico?

Querido Professor, nenhuma criança deve ser privada do seu tempo de intervalo por nenhuma razão relacionada com o trabalho escolar ou com o seu comportamento na sala de aula. Se de algum modo sentir necessidade de penalizar um aluno, procure que impedi-lo de ir ao intervalo não seja uma opção.

Uma dica adicional: opte por reforçar positivamente os “bons comportamentos” e, na medida do possível, atribuir menos importância aos pequenos disparates. Os seus alunos compreenderão que compensa muito mais quando se “portam bem”.

Estou disponível para, caso seja do seu interesse, partilhar consigo mais dados e recomendações sobre este tema.

 

Bom ano letivo! Divirta-se e semeie doces memórias no coração dos seus alunos!

 

Um abraço,

Inês

 

 

Inês Afonso Marques
Inês Afonso MarquesPsicóloga Clínica
2017-08-25T18:42:59+01:002 de Setembro, 2017|
Go to Top