A sua vida profissional está a desenhar um U?

Tempo de Leitura: 5 min

A sua vida profissional está a desenhar um UTalvez você seja um sortudo. Talvez tenha conseguido manter-se feliz no seu trabalho por 10, 20, 30 anos. Talvez se sinta envolvido, realizado e desafiado e com a noção que o seu trabalho potencia o seu talento. Sinta-se à vontade para não ler o resto do artigo.

Para os restantes, a realidade laboral pode ser outra e estarem a vivenciar uma crise na carreira (pode substituir “crise” por “descontentamento”). Segundo os investigadores das áreas de gestão e bem-estar no trabalho, as pessoas que estão pouco envolvidas no seu trabalho, que se sentem desconectadas com o que fazem, são mais propensas a relatar stress e dor física. Este descontentamento não varia com a idade, mas as pessoas mais velhas relatam maior insatisfação, por uma razão diferente: a insatisfação não é só com o trabalho actual, mas com a (percepção de) falta de oportunidades futuras.

O que acontece para quem quer (ou é empurrado) a mudar de trabalho? A primeira coisa que podemos pensar é: “Que óptima oportunidade para fazer algo diferente, para se fazer algo que gosta?” Mas o foco muda logo para “Eu não sei outra coisa… estudei durante muitos anos para saber executar uma função, para não falar do dinheiro e outros custos e oportunidades para obter a minha educação”. As histórias que se ouvem das pessoas que mudam de carreira são aterrorizantes: não conseguem emprego, ficam no desemprego muitos anos, têm de realizar trabalhos abaixo das qualificações que têm. Estas ideias também propagam os ideais instituídos: dinheiro é sucesso, ninguém é feliz num trabalho de baixas qualificações, não se pode parar de trabalhar, nem que seja para perceber que rumo se quer dar ao percurso profissional. Todos os livros e artigos são dedicados a tornar-se bem-sucedido. Não há nenhuma secção na livraria marcada “Como gerir o seu declínio profissional”.

E depois não podemos esquecer que Jonathan Rauch descreve uma curva de felicidade em forma de U, um fenómeno caracterizado pelos economistas Andrew J. Oswald e David G. Blanchflower. Ou seja, a nossa satisfação no trabalho sofre uma queda no meio da carreira, paralela ao estádio de vida em que estamos, que será a meia-idade, para depois subir novamente.

E, no entanto, mesmo que consiga suportar a curva do U, que é como quem diz, se conseguir suportar o seu descontentamento alguns amos, as evidências sugerem que provavelmente seria melhor ajustar o seu percurso. O Instituto de Pesquisa da Felicidade de Copenhague avaliou 2.600 trabalhadores dinamarqueses, de todos os setores e tipos de emprego, sobre as fontes de satisfação profissional. O principal factor que contribui para a satisfação profissional? O vencedor, por uma margem considerável, é a sensação de propósito, é uma vida de significado e esforço em direção a um propósito. Há  um crescente corpo de pesquisa a indicar que ter um senso de propósito é um poderoso preditor de robustez mental e física.

Não estamos a dizer que mudar a sua carreira a meio, seja fácil. Mas mesmo que seja difícil aprender novas habilidades ou navegar numa nova cultura corporativa, mudar a sua carreira pode ser o melhor investimento que você pode fazer para a sua saúde. Ao mesmo tempo, será importante gerir expectativas, ser realista e flexível. Se vai mudar de área de trabalho ou mudar de emprego, porque não “molhar só os pés em de mergulhar de cabeça”? Poderá voluntariar-se, fazer uma formação, procurar informação sobre  o que pretende fazer e em vez de uma transformação total, dar um salto mais modesto e ter objetivos mais realistas. Um profissional a meio da carreira tem uma biografia suficientemente robusta para se conhecer – onde se destaca e com o que se debate, o que gosta e o que teme – e esta informação poderá guiar a sua próxima fase. Os investigadores que trabalham com a satisfação profissional e ao entrevistarem pessoas que deram este “salto” perceberam que poucos lamentaram a tentativa, mesmo que tenham falhado e regressado ao trabalho anterior. As pessoas que mais expressaram arrependimento, foram aquelas que nunca tentaram.

As mudanças de carreira tendem a ser menos dramáticas do que aquelas que fantasiamos sobre, e também mais assustadores e mais difíceis do que o previsto. Então faça o que realmente lhe faz sentido. O seu trabalho é importante. O seu trabalho actual ou futuro poderá ser fonte de autoconfiança e sentido de propósito.

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22 de Outubro, 2019

Aplica se a mim

Pois tenho 50 anos e mudar de Cascais para Setúbal

Vou deixar de trabalhar em Cascais p trabalhar em Setúbal, na mesma área

A mudança é um pouco assustadora mas eu Sou uma mulher lutadora então não tenho medo de mudanças ,neste último três anos tive tantas mudanças e lidei bem com elas

Inês Malafaia
21 de Outubro, 2019

Estou buscando outra profissão, não por estar desgastado, mas sim por falta de oportunidade de atuação.

O momento retração do mercado de trabalho, não possibilita, ficar parado e sim remodelando para novas experiencias.Estou na busca, informando, estudando estrategias que possibilitem trazer diferencial no que proponho.

Walter Straub
21 de Outubro, 2019

QUERO PARABENIZAR ESSE EQUIPE DA OFICINA DE PSICOLOGIA , ATENDE NOSSAS EXPECTATIVAS ! AMO DE MAIS TODOS OS ARTIGOS ! FALO DAQUI DO BRASIL – FORTALEZA- CEARA . UMA ABRACO A TODOS .

ana claudia rolim melo
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Ana RosaPsicóloga Clínica
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2019-10-20T16:02:55+01:0020 de Outubro, 2019|
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