Vai ficar tudo bem?

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Multiplicam-se as mensagens com fundo colorido do arco-íris “vai ficar tudo bem!”…. Mas será que vai? Porquê que esta mensagem pode nos parecer demasiado superficial?

As mensagens como: vai ficar tudo bem, mantenha-se positivo, olhe para o lado bom, veja oportunidade… parecem um desconsolo, criam pressão, não abrem espaço para as emoções de ansiedade, tristeza, angústia, desespero, que nos assolam. Parece uma exigência, temos de ser positivos, baixar essas emoções más, controlarmo-nos, e estarmos bem para os outros…

Bem, isto é uma falsa positividade… parece estar tudo bem, mas de facto não está… então se não está, porquê mascararmos?

Susan David, autora do livro, Agilidade Emocional refere que, quando não enfrentamos emoções que são difíceis de suportar, perdemos capacidade para enfrentar o mundo tal como ele é.

Avaliar as emoções como boas ou más, negativas ou positivas é segundo a autora, uma forma rígida de olhar para as emoções. E rigidez, perante a complexidade da vida, é um mau prognóstico de bem-estar. A autora nomeia o conceito de “agilidade emocional”

“A beleza da vida é inseparável da sua fragilidade” tal como o arco-íris só aparece com a junção da chuva e do sol. Se olharmos para o tempo como bom e mau, estamos na tal rigidez. O Sol é bom, é quentinho, conforta-nos, melhora os nossos níveis de vitamina D, mas se só existir Sol, existirá seca, demasiado suor, um calor que não se aguenta. A Chuva pode ser má, tudo molhado, sarjetas entupidas, frio… mas também nos permite disfrutar de uma boa manta no sofá, uma lareira acesa, um chocolate quente que no sol não faria sentido. As emoções podem ser vistas como o sol e a chuva. Elas não são boas nem más, negativas ou positivas, apenas necessárias naquele momento.

A autora traz para a conversa o que já ouvi em muitos outros contextos: a tirania da positividade implacável. Ser positivo parece ser uma nova condição… não já tolerância para estarmos zangados, tristes, invejosos, parece que temos de ser positivos, boa onda… em todas as situações. E isto é rigidez, um falso otimismo e uma clara supressão de emoções.

Quando mais tentamos não pensar ou não sentir… mais se torna presente, ganha força.

O desconforto faz parte da vida, e de uma vida profundamente significativa. As emoções, sensações, pensamentos negativos fazem parte da vida. É porque existe chuva, que sorrimos perante o arco-íris. Não estou a referir que devemos mergulhar nas emoções negativas. Isso também seria rigidez. A flexibilidade permite-nos criar resiliência. E a resiliência diz-nos que poderemos sofrer um impacto grande, mas que voltaremos ao estado anterior. É a rigidez que nos faz “quebrar”, ficar sem controlo sobre as emoções e não o facto de nos permitirmos senti-las.

As emoções são marcadores para as nossas necessidades mais profundas, para aquilo que realmente é importante para cada um de nós. Quando essas necessidades são verdadeiramente cumpridas, poderemos ser livres para o verdadeiro optimisto, positividade, felicidade.

Como aumentar esta agilidade emocional?

Permitir as emoções – em vez de colocá-las de lado, inibi-las, desvalorizá-las. Estar com as emoções não tem de ser assustador. Nomeia-as, sinta-as com curiosidade e compaixão. Aprender a descortinar emoções e não rotular grosseiramente pode ser vantajoso para contruir a sensação de gestão, de entendimento do que estamos realmente a sentir. Já conhece o nosso site de cursos?

Aprenda mais sobre granularidade emocional e aprenda a distinguir as emoções.

Distanciar-se – observar as emoções, pensamentos como tal. Fazem parte, mas não têm de ser a totalidade. Agarre o volante das emoções e não deixe que elas comandem, mas seja você mesmo/a a geri-las. Aprende a distanciar-se do “eu sou ansioso/a”  para “eu estou a sentir ansiedade”.

Entender – conhecendo os valores que nos guiam, permitem ter mais clareza sobre a direcção das nossas ações e qual a necessidade que aquela emoção está a salientar, de forma a

Seguir em frente – tomar acções, com base no entendimento das suas emoções, crivadas nos seus valores, de forma a fazer diferente, a ter impacto na sua vida e criar a segurança e estabilidade necessárias. Dar-lhe-á a forte sensação de mestria sobre a sua vida,  que levará a maiores níveis de bem-estar.

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Inês Ponte
Inês PontePsicóloga Clínica OP Setúbal
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2020-04-29T19:09:38+01:0030 de Abril, 2020|
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