Memória – ter relações sociais é melhor que jogar sudoku

Tempo de Leitura: 3 min

Memória – ter relações sociais é melhor que jogar sudoku

Memória - ter relações sociais é melhor que jogar sudokuJá muito se estudou o que pode melhorar a nossa memória e de alguma forma preservá-la ao longo da vida. Sabe-se que desenvolver actividades desafiantes, tal como jogar sudoku ou palavras cruzadas, estimula a actividade cerebral a criar novas conexões. No entanto, estes jogos depois de aprendidos, dificilmente se tornam desafiantes o suficiente para o cérebro continuar a criar novas conexões. Quanto muito, treina a atenção focada.

Também se sabe que manter uma rede social significativa e positiva melhora a nossa saúde mental, eleva níveis de bem-estar, melhora a autoestima e confiança, baixa níveis de stress… Mas sabia que as interações sociais também ajudam a proteger a memória? 

Manter uma rede social alargada, vivida de forma saudável e com alguma satisfação, impulsiona-nos a melhorar os nossos estilos de comunicação, a desenvolver a empatia, reviver e criar memórias, aceitar que existem diferentes perspetivas, ter compaixão, viver novas experiências, conhecer coisas novas, provar diferentes sabores, perceber dinâmicas relacionais e familiares diferentes. 

Imagina algo mais desafiante e estimulante do que as relações com pessoas? 

Se um ser humano é complexo, imagine dois ou três, todos juntos e baralhados! Ter a capacidade de ler os outros, perceber o que estão a sentir, saltitar de papel em papel com diferentes deveres e afazeres, encaixarmos na relação com o outro, estar atento às necessidades do outro sem perder o direito à nossa identidade. Pode ser visto como desgastante, mas também como uma oportunidade de crescermos como pessoas, de estabelecer vínculos sociais fortes, de nos tornarmos mais maleáveis ao mundo, de trabalhar a nossa resiliência, contribuir para o nosso bem-estar e sustentar uma memória mais forte a longo prazo. 

Um estudo recente vem apoiar outro tantos já feito na mesma área do “super-envelhecimento”: pessoas de 70 ou mais anos que têm um funcionamento da memória igual a pessoas com menos 30 anos, apresentam níveis de bem-estar psicológico superiores comparados com outras pessoas da mesma idade que não têm esta vantagem cognitiva, mas apenas significativamente superiores numa única dimensão: relações positivas com os outros.

Não podemos afirmar linearmente que uma rede social positiva e significativa aumenta a memória, previne a perda da mesma ou até prevenir doenças como o Alzheimer, mas se sabemos que o nosso cérebro se modifica com as experiências que temos, e se de alguma forma é algo que podemos dominar, o investimento nesta área tão significativa da vida é uma escolha saudável a tomar, juntamente com outras como não fumar, fazer exercício físico, cuidar da alimentação e participar em novas actividades cognitivamente desafiantes. 

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11 de Março, 2019

Esta informação é muito importante para cada um de nós na medida em que nos alerta para a importância que as relações sociais podem ter na nossa saúde mental. Assume ainda maior importância para organismos do estado e IPSS que gerem as instituições que apoiam as pessoas mais idosas no sentido de definirem estratégias e criarem condições que estimulem as relações interpessoais, naquelas populações.

Alcino Melo
11 de Março, 2019

Relações humanas são um complexo caldeirão de conhecimento que nos força a pensar, reavaliar posicionamentos e sofrer transformações. Um ótimo exercício para nosso cérebro!

Maria Cristina
11 de Março, 2019

Alessandra
10 de Março, 2019

Me preparar com à ajuda de vocês.

Sirlene
25 de Fevereiro, 2019

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Santo
Inês Ponte
Inês PontePsicóloga Clínica OP Setúbal
2019-02-25T12:21:17+00:0025 de Fevereiro, 2019|
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