Depressão, exercício e libido no feminino

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Depressão, exercício e libido no feminino

A depressão é hoje comummente conhecida como uma doença mental que se caracteriza por tristeza mais marcada ou prolongada, perda de interesse por atividades habitualmente sentidas como agradáveis e perda de energia ou cansaço fácil. Sabe-se também que afeta mais mulheres do que homens e que, entre outros sintomas, provoca alterações ao nível do desejo sexual.

No que se refere ao tratamento, entre as várias opções, é frequente que se aconselhe a pessoa deprimida a envolver-se em atividades que lhe dão prazer e a praticar exercício físico, por exemplo. Para além disso, a toma de antidepressivos é largamente utilizada, sendo estes o terceiro medicamento mais prescrito nos EUA. Contudo, este tipo de medicação agrava os sintomas relativos à perda de apetite sexual, levando muitas vezes à existência de disfunções nesta área.

Pois bem, um estudo recente da Universidade do Texas revelou que o exercício pode mesmo aumentar a libido em mulheres que se encontram a tomar antidepressivos. Baseando-se nas avaliações de 52 mulheres, os investigadores descobriram que praticar 30 minutos de exercício físico antes da relação sexual reduz o efeito inibidor dos antidepressivos na libido.

Todas as mulheres que se comprometeram a praticar um programa regular de exercício revelaram sentir melhorias na obtenção do orgasmo, mas quando o exercício era feito imediatamente antes da relação sexual, sentiam significativamente mais desejo e um desempenho sexual mais satisfatório.

Ora, o que acontece é que o exercício ativa o sistema nervoso simpático que prepara o corpo para a ação e aumenta o fluxo sanguíneo para as áreas genitais, contrariando então o efeito dos antidepressivos que interferem com o funcionamento deste sistema.

Desta forma, parece ter-se encontrado um tratamento acessível e eficaz para a disfunção sexual que muitas vezes acompanha o tratamento farmacológico da depressão nas mulheres, ajudando-as a combater um dos sintomas da depressão e um efeito secundário da medicação antidepressiva.

Autora: Andreia Cabral

Andreia Cabral
Andreia CabralPsicóloga Clínica
2017-04-23T15:50:49+01:0024 de Janeiro, 2015|
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