Como criar uma família feliz?

Tempo de Leitura: 4 min

Como criar uma família feliz?A criação de uma família feliz depende das bases emocionais pré-existentes de cada uma das partes e a construção de um sistema familiar fica facilitado quando ambos os parceiros se pautam pelas mesmas condutas de valor.

Este processo criativo torna-se mais complexo no caso da constituição de uma família ser a partir de um modelo monoparental já existente. Exemplo disso é uma mãe e filho que vivem juntos como produto de um divórcio ou como uma escolha e a dada altura a mãe decide voltar a ter uma parceria amorosa.

Os choques serão inevitáveis, a adaptação entre todos os elementos levará alguns anos e quem chega de novo poderá se deparar com uma “díade” com tendência para se unir em determinados momentos, provocando uma sensação de não pertença à nova parceria.

Seja como for, quando o casal encara a família como um projecto para a vida, fará o que for necessário para abrir um espaço suficientemente amplo, de forma a que caibam os mundos e sonhos de cada um, dando lugar a uma unidade.

Vejamos agora algumas dicas inspiradas em vários autores dedicados à temática familiar:  

1) Todos devem decidir trabalhar na sua vida familiar, no dia-a-dia, com dedicação e sensação de prazer.

Isto pode significar adiar um trabalho para chegar mais cedo a casa e passar mais tempo com a família, o mais importante o dinheiro não paga! Ou valorizar acompanhar a criança lá de casa a uma actividade em detrimento de outra qualquer actividade.

2) Todos devem respeitar e tratar de ampliar a essência de cada um. Ajudando a descobrir os talentos e incentivando à sua manifestação.

Elogiar quando se fazem coisas bem feitas, o que irá ter um efeito de repetição do comportamento positivo.

Face a um comportamento que desagrada, procurar sempre – mas sempre – qual foi a melhor intenção na base desse comportamento.

3) Todos devem se dedicar a manter um ambiente emocional  limpo e seguro.

A comunicação familiar deve ser harmoniosa, as discussões devem acontecer em privacidade entre o casal, deixando as crianças de fora. O resultado das mesmas deve ficar entre o casal de forma a que as crianças não tirem partidos, o que afastaria o principio de unidade familiar e o nível da sua capacidade afectiva ficaria a nu – é importante para o desenvolvimento do seu filho que seja uma referência afectiva de qualidade apesar da sua imperfeição.

Mostrar ao seu filho que o outro é que é o incorrecto e colocar-se num pedestal para o ter do seu lado, poderá estar a dizer-lhe que a base das relações está na desigualdade, na incompreensão, e a um nível mais profundo reforçar-lhe mecanismos de defesa quando chegar à altura de criar a sua própria família, por exemplo.

  • Eliminar padrões de ofensas pois quando grita está a deixar no seu filho uma marca e fica com a garantia que está a ensinar-lhe a gritar em vez de se comunicar. Não se admire que um dia comece a gritar consigo.
  • As discussões devem ser honestas, ou seja sem ataques pessoais, se assim forem o seu filho deve assistir de forma a entender que as pessoas que se amam podem discordar, sem colocar a união da família em risco.
  • Controlar a raiva, que é sua, e sobretudo não a descarregar nos outros.
  • Parar de querer ter razão; numa história há sempre duas versões, e cuidar dos sentimentos deverá ser a prioridade.
  • Muito importante são os comentários de incentivo uns aos outros, estes devem ser diários uma vez que promovem a união. Se a desvalorização é predominante o caminho da felicidade será o oposto.

4) Reconhecimento dos papéis e contributos de cada elemento da família:

No caso da família monoparental que integra um novo elemento, cabe ao progenitor delegar progressivamente parte das suas funções a este, reforçando o seu papel junto do filho.

Querer manter o controlo sobre tudo é um fardo pesado que pode trazer ressentimentos ao próprio e não dignifica a presença do outro no seio familiar. Há que inclui-lo não só na vida prática mas também no mundo das emoções, ensinando o seu filho a valorizar e respeitar as emoções da sua nova parceria. É claro que essa aprendizagem é realizada pela observação natural do seu comportamento, se tiver uma atitude positiva de valorizar, ele seguirá os seus passos.

O objectivo desta partilha é inspirar os leitores a elevarem a sua consciência, com a intenção de os incentivar a fazerem pequenas mudanças diárias rumo à concretização de uma família feliz.

Maria Bartolomeu
Maria BartolomeuPsicoterapeuta corporal. Formadora
2017-12-10T20:44:34+00:0010 de Dezembro, 2017|
Go to Top