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Hoje sabe-se que a prática regular de exercício físico comporta inúmeros benefícios para a saúde física e mental. Numa revisão de literatura sobre o impacto da actividade física na menopausa, é clara a importância que a mesma tem no controlo de alguns sintomas psicológicos que ocorrem nesta fase da vida da mulher, em particular no que respeita à diminuição da sintomatologia depressiva e ansiosa, bem como na redução do stress e da irritabilidade. Se assim é, porque é que algumas de nós conseguem ser diligentes e levar a prática de exercício físico avante enquanto outras encaram a tarefa como sendo quase intransponível?

Sempre que por qualquer motivo nos confrontamos com a necessidade de mudar hábitos, a questão do tempo encabeça a lista dos motivos que damos a nós próprias para não alterarmos o nosso comportamento. A falta de tempo surge assim como um dos argumentos mais utilizados para justificar e explicar a ausência da prática de actividade física. Mas será que as mulheres que se exercitam regularmente têm realmente mais tempo que aquelas que não o fazem? Provavelmente a resposta é não. O cerne da questão parece antes residir no modo como entendemos a actividade física, isto é, algumas mulheres consideram o exercício físico uma prioridade e outras não. O que tende a distinguir as mulheres que dizem “eu não tenho tempo” das restantes é o facto de o exercício físico não ser uma prioridade.

As mulheres que praticam regularmente exercício físico criam tempo para o mesmo, porque sentem que a actividade física reduz o stress e aumenta a sua sensação de bem-estar, ou permite controlar melhor o peso ou dotar o corpo de maior resistência e flexibilidade. As mulheres que fazem actividade física numa base regular sabem que comporta benefícios, pelo que a assumem como uma dimensão importante do seu autocuidado, e decidiram, de modo consciente, dedicar parte do seu tempo à mesma.

Em contraste, a maioria considera a prática de exercício físico algo que se deve fazer, em vez de algo que se quer fazer. E, quando assim é, não há espaço nem motivação para o encaixar na rotina. Quem realmente tem tempo no seu dia-a-dia para mais outro “dever”?

Antes de prometer a si própria que é desta vez que vai começar a fazer actividade física ou inscrever-se no ginásio, pare um pouco para pensar nos motivos que a estão a levar a tomar a decisão. Se sentir que realmente quer começar a aceder aos benefícios da prática de exercício físico e a autocuidar-se é porque chegou o seu momento.

Isabel Policarpo – Psicóloga Clínica