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Sandra AzevedoÀ medida que as férias dos mais jovens se aproximam do final, o pensamento dos pais começa a focar-se na preparação do regresso às aulas: a compra dos manuais e materiais escolares, o reajuste das rotinas aos novos horários escolares, etc. Mas nem só destas questões práticas é feito o regresso às aulas. Nesta fase, os pais também começam a preocupar-se com o próprio percurso letivo: como será este ano letivo? Será que vai correr bem? Será que vai ter muitas dificuldades? Será que tirará muitas negativas? E a grande questão que invade a cabeça dos pais é: como lidar com tudo isto? O que posso fazer para que o ano corra da melhor forma? Como posso ajudar o meu filho? Geralmente a solução que os pais encontram, passa pelo célebre conselho e recomendação do início do ano: “Este ano, vê lá se te agarras aos livros!”, “Este ano tens de te aplicar e estudar muito, vê se te aplicas”. Contudo, já deve ter notado que estas recomendações, por muito bem-intencionadas que sejam, não surtem o efeito desejado ou, como os mais novos costumam dizer “entra a cem e sal a duzentos!”

Mas então o que fazer? A resposta está mesmo na pergunta que acabei de lhe colocar: a solução é: FAZER. Falar, aconselhar e recomendar não chega! Há que fazer, há que agir! Deixo-lhe algumas dicas de como poderá agir nesta fase tão desafiante que é o regresso às aulas:

Estimule a organização: é importante que aí em casa haja um espaço específico para que o seu filho possa estudar. Antes do início das aulas, ajude o seu filho a organizar esse espaço. De que vai precisar para estudar de forma organizada? Ajude-o a organizar um espaço perto da secretária que deverá ser ocupado apenas pelo que precisa naquele momento. Incentive a que arrume o seu local de estudo, diariamente, sempre que terminar.

Estimule a motivação: “é mesmo disto que o meu filho precisa: motivação. Mas como? Como posso motivá-lo?” Simples: dia a dia, passo a passo. Mostrando que acredita e confia nele, encorajando-o diariamente com gestos, palavras de incentivo, valorização dos mais pequenos sucessos e esforços, conversando com o seu filho, estimulando a que este partilhe as suas angústias, os seus receios e bloqueios, as suas dificuldades. Por exemplo, naquele dia em que o seu filho expressa que não tem vontade nenhuma de estudar, mas que o vê a fazer um esforço e a dedicar-se uma hora ao estudo, merece um “estou muito orgulhosa de ti filho! Sei o esforço que fizeste em dedicar-te a esta hora de estudo e dedicaste-te muito! Está na hora de uma merecida pausa: o que achas de irmos dar uma volta ao parque?”

– Promova a auto-reflexão: com o decorrer do ano letivo, os pais têm tendência a avaliar o próprio desempenho e percurso do filho. Este ano procure fazer diferente. Não hétero-avalie. Promova a auto-avaliação: pergunte-lhe como é que ele avalia que lhe está a correr este ano letivo, com pontos fortes e pontos fracos, ajudando-o a identificar estratégias para colmatar os pontos fracos. Isto irá responsabilizá-lo muito mais pelo próprio processo de estudo e estimula a capacidade de se auto-avaliar e a automonia.

– Dê espaço ao lazer: é importante que a criança/jovem sinta que para lá de uma rotina importante de estudo e de trabalho, tem espaço para o seu lazer, para dedicar-se a atividades de que gosta e que estes momentos também sejam partilhados em família, com qualidade. Estas atividades são promotoras do bem-estar e equilíbrio necessários para alavancar a motivação e entusiasmo essenciais para uma dedicação ao estudo contínua e saudável.

Lembre-se que o ano letivo é repleto de desafios para todos: quer para os alunos, quer para a família. Nos momentos de maior dificuldade, em que não sabe como lidar com o pequeno estudante aí de casa, basta que se lembre de si quando tinha a idade do seu filho: lembre-se do tempo em que também já foi estudante e no que sentia que não resultava consigo. Tudo o que o seu filho precisa de si para este ano letivo é de sentir que está a acompanhá-lo nesta jornada: lado a lado, incondicionalmente, aconteça o que acontecer, corra o ano como correr!

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Sandra Azevedo

Psicóloga Clínica