Tempo de Leitura: < 1 min

Temos ouvido falar muito sobre os efeitos positivos da prática de exercício na saúde do nosso cérebro e no corpo em geral. E os estudos em neurociências começam também a tentar perceber porque é que uma vida sedentária prejudica a saúde cerebral e, consequentemente, a nossa saúde em geral.

O “The Journal of Comparative Neurology”*, por exemplo, publicou um artigo relativo a um estudo realizado com ratos sobre a forma como a inactividade pode afectar os neurónios e o seu funcionamento (sabe-se que há estruturas cerebrais comuns entre os ratos e as pessoas, que os cérebros funcionam de forma similar, por isso os nossos amigos roedores são tão úteis em estudos de neurologia comparativa).

Os estudos ajudaram a perceber que a actividade e a inactividade física afectam a estrutura de áreas do cérebro que regulam a actividade cardiovascular. Isto é, quando os animais têm uma vida sedentária há uma zona do cérebro – rostral ventrolateral medulla (RVLM) – que fica mais susceptível à excitação do sistema nervoso simpático, e esta excitação é prejudicial para o funcionamento cardíaco. Na prática, esta maior sensibilidade dos neurónios da área a estímulos excitatórios contribui para aumentar o risco de doença cardiovascular, sendo que a hipótese é a de que seja uma das explicações para o facto de as pessoas mais sedentárias correrem um maior risco de desenvolverem doenças cardiovasculares. A neurociência vai assim ajudando a explicar a máxima “pela sua saúde, mexa-se!”

*Referência: “The Journal of Comparative Neurology”, 522:499-513, 2014. Wiley Periodicals, Inc.