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Todos os dias quando acordava ia ao meu escritório e ligava o computador, antes mesmo de colocar a água do café para ferver. Eu ligava o fogão e voltava para digitar a senha de entrada do computador, que já estaria ligado. Assim eu não precisaria esperar aquele meio ou um minuto que o computador demora para ligar.

E continuei fazendo esse grande negócio, poupando meu tempo e paciência, até que minha atenção passou a ser captada pela imagem da tela do computador que, ligado, me recepcionava. Primeiro encantei-me pela beleza da cena, depois pela nitidez e qualidade da fotografia; outra vez pelo inusitado ângulo que o fotógrafo havia escolhido para fotografar aquele objeto.

Não tardou muito para que eu, mesmo continuando o ritual – botão do computador/água a ferver para o café/de volta ao computador – passasse a sentir uma gostosa expectativa sobre a cena que estaria me esperando. E a cada dia mais prazer eu tinha em observar aquela foto, postergando digitar minha senha para que ela não se apagasse.

Tempos depois, percebendo em mim um sentimento de tranquilidade por me permitir alguns minutos de apreciação antes de ir para o trabalho, passei a sentir imensa gratidão por não precisar mais “economizar” alguns minutos da manhã. Agora eu até os “desperdiço”! Faço meu café, alimento-me calma e prazerosamente e, depois, aprecio mais uma xícara no escritório, observando a minha “foto do dia”.

Se eu precisasse escrever palavras que descrevessem minha manhã antigamente seriam: pressa, impaciência, produtividade, inquietação mental. E se tivesse a mesma tarefa para as manhãs atuais seriam essas que utilizei acima: prazer, calma, tranquilidade e gratidão.

Acho que fiz um ótima troca! E você?

Autora: Júnea Chiari