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Conviver-com-o-medo

Muitas são as pessoas que se sentem receosas durante grande parte da sua vida. O medo é uma das emoções mais embrutecedoras. Pode paralisar-nos e impedir-nos de continuarmos, ou até mesmo apavorar-nos, levando-nos a fugir. Um medo patológico corresponde a um alarme desmesurado, tanto na sua activação como na sua regulação. Se é desencadeado com demasiada frequência e com níveis de perigosidade muito baixos, o aparecimento do medo é demasiado forte, sem flexibilidade, um mecanismo tudo-nada. 

Conhecer o mecanismo dos medos pode ajudar a fazê-los desaparecer ou, pelo menos, a controlá-lo mais facilmente. Neste sentido, deixamos-lhe algumas sugestões que podem facilitar a convivência com o medo:

  • Experimente distinguir os medos amigos dos inimigos. Os medos amigos alertam-nos sobre o perigo para nos libertarmos dele, não para nos entregarmos nas suas mãos; preparam-nos para desafiar e arriscar. Os medos inimigos desencorajam-nos a tal.
  • Fortaleça-se. A solução para enfrentar o medo é diminuir o perigo ou aumentar os recursos pessoais. Experimente começar por preparar o organismo para a “batalha”. O medo emerge da biologia, embora não se reduza a ela. Está demonstrado que o exercício físico é um antídoto para a angústia, proporciona, além disso, uma nova relação com o corpo e com as sensações que dele resultam; aumenta a tolerância ao esforço.
  • Fale consigo mesmo como se fosse o seu treinador. O modo como conversamos connosco e a influência que esse outro íntimo com quem conversamos tem no nosso estado de ânimo permite-nos aceder ou não às nossas fontes de energia.
  • Desmascare as crenças que fortalecem o medo. Para isso, tenha presentes duas coisas: primeiro, que as técnicas para diminuir o estímulo perigoso são a dessensibilização imaginária ou real (expondo-se gradualmente, ao vivo ou em imagem); segundo, que as crenças erradas são o cavalo de Tróia de que o medo se serve para entrar em si. É preciso detectar essas crenças, criticá-las, discuti-las, colocá-las a um canto, e substituí-las por outras crenças, mais adequadas.

Lembre-se de que não é o seu medo. Uma das artimanhas mais traiçoeiras usadas pelo medo para debilitar a nossa força é o facto de nos identificarmos com ele e de nos sentirmos envergonhados. Isso condena-nos ao silêncio e secretismo, o que nos impede de procurar ajuda. Combater o medo sozinho pode ser difícil! Nesse caso, procure ajuda. As redes de apoio afectivo são a melhor solução para muitos dos nossos problemas, incluindo o medo.