Tempo de Leitura: 4 min
Por que minha cabeça não para de pensar? Por que parece que sou mais sensível do que a maioria das pessoas? Por que sou alguém que faz as coisas sem pensar e quase sempre se arrepende?
Por que minha cabeça não para de pensar? Por que parece que sou mais sensível do que a maioria das pessoas? Por que sou alguém que faz as coisas sem pensar e quase sempre se arrepende?

 

São tantas as perguntas que eu poderia lhe fazer e, certamente, muitas delas descreveriam perfeitamente você e seus comportamentos. Por mais que acreditemos que cada ser humano é único, existem padrões de comportamentos comuns e modos semelhantes de enxergar a vida mesmo que, na maioria das vezes, nos sintamos sozinhos e incompreendidos pelo mundo.

Na jornada da vida permeada por dor e sofrimento, alegria e prazer, medo e ousadia, raiva e serenidade você não está sozinho. Viver é esta grande aventura e saber quem eu sou como caminhante e qual o melhor caminho a trilhar é das atitudes, a mais corajosa que o homem tem. A maioria passa a vida sem vivê-la por não saber quem se é. Lembro-me de um filme em que a personagem principal numa entrevista para uma emissora de TV diz assim: “Morrer não é triste; o triste é que as pessoas não sabem viver…”

Para você que já passou das primeiras linhas deste texto, convido-o ame acompanhar, por alguns minutos, numa jornada interior.

Ah eu sei.sua mente pensou….que papo chato é esse de olhar para dentro de si! Acredite, eu também já pensei assim, mas tente acreditar mais em mim e menos em seus pensamentos neste momento. Estou te pedindo apenas uma oportunidade para que, através deste texto, você possa começar a ter respostas para tudo o que acontece dentro de você e que repercute em várias dimensões da sua vida, dia a após dia, mês após mês, ano após ano e, mesmo não alcançando os resultados que você tanto deseja você continua usando o mesmo repertório como se outra resposta não lhe fosse possível.

Você se viciou em alguns comportamentos, sentimentos e pensamentos, mas não tem muita consciência sobre isto. Você está no piloto automático.

Veja bem: você, na maior parte do tempo, insiste em que as coisas sejam do seu jeito sem se questionar hora nenhuma? A sensação é de que você está quase sempre certo? Porém, eu te pergunto uma coisa: há quanto tempo você tem dado as mesmas respostas para situações problemas semelhantes e, mesmo não obtendo êxito, continua se comportando da mesma maneira? Ou seja, diante dos desafios da vida você tem respondido com medo e ansiedade, ou diante das frustrações com muita raiva e agressividade ou quem sabe diante da dor com tristeza e depressão? Faz sentido que sempre a mesma emoção está presente e que ela provoca em você comportamentos repetitivos que não te levam pra vida que você gostaria de ter? Faz sentido pra você que talvez você esteja sempre se prometendo que da próxima vez vai ser diferente, que numa outra oportunidade você agirá de outro modo, que no próximo ano sua vida vai mudar e que, por mais que você deseje isto, você continua respondendo com o mesmo repertório?Como diz o ditado popular “é como nadar, nadar e morrer na praia” ou ainda “andar em círculos no deserto por 40 anos”.

Agora veja se, algumas das situações abaixo, descreve você na maior parte do tempo ou durante há maior parte da sua vida:

Situação 1: Dificuldade para tomar decisões: Você é daquelas pessoas que a cabeça não para de pensar e que diante de todas as situações você consegue imaginar todos os cenários possíveis, principalmente em tudo o que possa dar errado? Você já parou pra pensar que esta dificuldade possa estar relacionada com uma emoção que te invade, te domina, parece mesmo maior que você e até te paralisa dificultando qualquer decisão relacionada à sua vida pessoal, profissional, amorosa, social e até espiritual e que o nome desta emoção é medo?

Situação 2: Dificuldade para dizer não: Você é daquelas pessoas que sente necessidade de agradar a todos, que se preocupa com que o outro pensa sobre você ou ainda que sempre se coloca no lugar do outro e, por receio de magoá-los, nunca diz NÂO? Você já parou pra pensar que sua necessidade de ser amado e aceito pelos outros vem de uma carência tão profunda que provoca este comportamento, mas que isto só te causa dor e que a tristeza é uma emoção que parece andar de mãos dadas com você quase o tempo todo?

Situação 3: Dificuldade para aceitar a vida como ela é: Você é daquelas pessoas que sente um desejo ardente de mudar o mundo e tudo o que nele existe julga estar de errado? Toda vez que sente uma injustiça ou enxerga que as coisas estão erradas e que existe um modo correto de fazê-lo, uma raiva te domina, pois você realmente não consegue aceitar erros, falhas, injustiças e, por isto sente um impulso de agir e mudar tudo e, quando não o faz, uma voz interior fica te cobrando a agir? Você sente que sabe o que é melhor para o mundo e para as pessoas, sabe o que é certo e o que é errado, sabe o que é justo e o que é injusto?

São apenas três situações, mas acredito que muito dos leitores se identificou ou, pelo menos, lembrou-se de alguém muito próximo.

Não temos o hábito de olharmos pra dentro de nós por diversas razões, mas esta é a única maneira de pararmos de cair no mesmo buraco e alcançarmos a vida que gostaríamos de ter.

Em meio a tantas ferramentas de autoconhecimento a proposta de hoje é fazermos esta jornada através do Eneagrama. Ele descreve nove tipos de comportamentos e, assim como a psicologia, explica o que originou tais comportamentos e, numa perspectiva transcendente, nos mostra o caminho para a transformação.

Nos próximos artigos estarei apresentando um pouco mais de cada um dos nove comportamentos e em Janeiro ministrarei um curso, através da Oficina de Psicologia, para todos aqueles que sentiram a necessidade de se conectarem mais consigo mesmo, com o outro e com o mundo, porque o Eneagrama, muito além de uma ferramenta de autoconhecimento, é também um instrumento de compaixão.

 

 

The post Por que minha cabeça não para de pensar? Por que parece que sou mais sensível do que a maioria das pessoas? Por que sou alguém que faz as coisas sem pensar e quase sempre se arrepende? appeared first on Oficina de Psicologia.