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O que acontece quando o nosso coração falha? Qualquer doença cardíaca traz uma sensação de vulnerabilidade. A nossa fragilidade fica de algum modo mais evidente. Parece que passamos a olhar vezes sem conta para o coração, a controlá-lo, a medir as pulsações, os batimentos, o seu ritmo, as suas cadências, o seu movimento, o seu tempo, a sua vida. Os níveis de hipervigilância aumentam e cresce o medo de que o coração volte a dar sinais de alguma falha.

“E se o meu coração falha?”, “E se o meu coração me prega uma partida?”. Passamos a não conseguir desligar-nos e parece que queremos proteger sempre este órgão tão presente, que agora dá sinais de poder falhar. A insegurança aumenta, a hipervigilância aumenta, o medo aumenta… Parece que deixamos de conseguir respirar normalmente. E as tensões aumentam.

Toda esta insegurança cria níveis elevados de ansiedade, de tensão muscular, de stress. Parece que já não conseguimos relaxar, desligar a vigilância, interromper o medo. O risco de ataque de pânico e as experiências de pânico surgem com frequência. A ansiedade torna-se generalizada.

As doenças cardíacas mudam a estabilidade emocional de uma pessoa. O stress acumulado conduz ao aumento da produção da proteína interleucina 6, que contribui para o espessamento das artérias, pelo que o risco de doenças cardiovasculares ainda fica mais agravado.

Esta dinâmica infernal tem de acabar! Como poderá travar toda esta situação? Boas ideias: aprender a relaxar, a estar no aqui e no agora e a conviver saudavelmente com a sua situação médica. Talvez queira também aprender estratégias que lhe permitam desligar o estado de vigilância e permitir que o organismo possa ir repousando, em ciclos de activação-desactivação que lhe são próprios e geradores de saúde.

Autor: António Norton