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Autor: Fátima Ferro

Por volta dos 3 ou 4 anos, as crianças preferem brincar em conjunto em vez de o fazerem sozinhas. A amizade começa a ser compreendida como envolvendo o partilhar dos brinquedos ou das coisas dos outros.

É por volta desta altura que começam a aparecer os amigos imaginários indicando que a imaginação das crianças se está a desenvolver. Os próprios diálogos que as crianças mantêm com os amigos privados são preciosos e servem muitas vezes de ensaios para as relações existentes e o iniciar de novas. São um sinal de um desenvolvimento emocional e cognitivo saudável, e os pais não precisam de se preocupar, a não ser que a criança se isole demasiado, ou que ao longo do tempo ele não desapareça.
A capacidade de construir um mundo imaginário e pessoas imaginárias, de dar vida a um boneco é um indício de que elas se estão a desenvolver rapidamente e a testar os limites do seu mundo. Isto torna-se uma maneira de afastar os demónios que as cercam – a zanga, o ciúme, a mentira, o egoísmo, a colocar características suas no seu amigo, algumas vezes até quando tentam fugir à responsabilidade das suas maldades. etc.  Permitem às crianças descobrirem de modo seguro o que querem ser. Elas podem dominar esses amigos, controlá-los e à custa deles, serem boas ou más com toda a segurança.

Como reagir aos amigos imaginários:
Se os pais acharem que é necessário por termo aos amigos imaginários das crianças porque estes as mantêm demasiado isoladas de outras crianças poderão:

– Dizer-lhes que respeitam o seu amigo imaginário mas que gostariam que ela também tivesse outros amigos “verdadeiros” para brincar;

– Criar oportunidades para que os seus filhos arranjem, um ou dois companheiros regulares que tenham os mesmos interesses e que sejam parecidos em termos de carácter com eles. Não os forcem mas dêem-lhes possibilidades regulares de conhecerem outras crianças;

– Não as forcem porque isto poderá fazê-las sentirem-se inadaptadas e culpadas por não agradarem aos pais;

– Ajudem-nos a compreender a sua timidez e as razões porque não conseguem entrar facilmente para um grupo;

Quando o seu filho o conseguir reforce-o dizendo-lhe que reconhece como isso foi difícil e que está orgulhoso(a) dele(a).