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O aparecimento de sinais de vulnerabilidade cardíaca é acompanhado quase inevitavelmente por consequências psicológicas. Sintomas como pontadas no coração, uma dor súbita, um estado de arritmia cardíaca passam a ter um peso completamente diferente.

Geralmente, após um susto de natureza cardíaca, dá-se uma necessidade crescente e por vezes obsessiva de hipervigilância relativamente a sinais que o coração poderá dar. O foco passa a estar voltado para o interior e para os sinais do corpo. Esta necessidade e preocupação crescentes conduzem a um estado de ansiedade generalizada, onde a crença condiciona “e se o meu coração falha” assume um papel predominante. Esta ansiedade pode minar a capacidade de relacionamento interpessoal e intrapessoal, que levada ao extremo conduz a ataques de pânico com medo de morte súbita, e propensão para insónias com o esforço para manter ativos os níveis de vigilância. Um estado contínuo de ansiedade poderá resultar num esgotamento nervoso e num agravamento de um quadro depressivo.

Por todos estes motivos um paciente assinalado com riscos de vulnerabilidade cardíaca deverá receber um acompanhamento psicológico.

Cada vez é mais clara a necessidade e a urgência de uma estreita ligação entre as disciplinas da psicologia clínica e da cardiologia. Cada vez é mais imperiosa a necessidade da psicocardiologia.

António Norton – Psicólogo Clínico