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O sono não é igual ao longo de toda a vida – temos modificações importantes na quantidade, qualidade e arquitectura de sono. No entanto, as maiores modificações acontecem até à idade adulta e, depois, desaceleram, apesar de todos nós pensarmos que os padrões de sono na 3ª idade são muito diferentes dos da idade adulta.

Entre estudos e mais estudos que têm vindo a ser realizados nesta área do comportamento do sono ao longo da vida, aparentemente, quando chegamos à idade do “já começo a ser antigo”, não é tanto o termos menos sono durante a noite ou sermos mais propensos às sestas no sofá, mas sim termos dificuldade em dormir, a que se juntam algumas particularidades. Aliás, cerca de 50% das pessoas que já cruzaram a meia-idade, queixam-se de dificuldades em adormecer, em permanecer a dormir ou de sonolência diurna.

Particularidades

  • Maior sensibilidade a estímulos exteriores – luz e ruídos, o que se traduz num sono mais leve, com maior facilidade em ser interrompido
  • Os horários de sono tornam-se mais “cotovia” – o ritmo circadiano (24 horas) progressivamente ajusta-se, fazendo com que o João Pestana apareça mais cedo e que se acorde também mais cedo. Há dados que permitem pensar numa hora de reajuste do ciclo do sono-vigília
  • Existe menor tolerância a alterações de horário de dormir, como quando se trabalha por turnos ou se viaja para países com diferenças horárias significativas
  • A eficiência de sono é marcadamente diminuída, ou seja, a relação entre o tempo passado na cama e o tempo passado, de facto, a dormir torna-se pior

Dificuldades

Com a idade, surgem problemas de outras esferas, mas que causam impacto no sono – ou seja, não será por uma diferença da capacidade de dormir que surgem os problemas de que se queixam muitas das pessoas acima dos 60 anos, mas porque o sono se encontra afectado por outras situações que se tornam mais frequentes ou pregnantes com a idade, como:

  • Condições médicas e psicológicas e seus respectivos tratamentos – exemplos: doenças cardiovasculares, artrite, refluxo gástrico, depressão
  • Perturbações de sono que são mais frequentes com o envelhecimento e afectam a qualidade do sono, como o síndrome das pernas irrequietas ou apneia
  • O acumular de uma má higiene de sono que “deseduca” o organismo no que diz respeito ao bom dormir
  • Uma menor mobilidade ou falta de hábito de fazer exercício físico, que não ajuda a regular o sono

Fonte principal: Sleep in normal Aging, Michael V. Vitiello, Ph.D, 2006

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