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A falta de sono pode condicionar o tipo de reação emocional a uma situação geradora de stress. Esta é uma das recentes evidências incluídas num novo livro que sumariza a investigação mais recente sobre a influência do sono em várias componentes de emoção e afeto que estão relacionadas com distúrbios do humor, de ansiedade, bipolaridade e depressão. Sleep and Affect: Assessment, Theory and Clinical Implications é editado pela Universidade do Arkansas.

Um dos aspetos que emerge ao longo dos capítulos deste livro é a evidência de que elementos tidos como stressores despoletam uma reação emocional mais intensa nas pessoas que não dormiram bem ou suficiente, sendo que esta maior emotividade também tende a interferir com a qualidade do sono. Esta influência explica-se pelo facto de que um sono insuficiente tem uma influência direta no circuito cerebral responsável pela regulação emocional.

Num estudo do ano passado desenvolvido por psicólogos da Universidade de Adelaide, que envolveu estudantes dos 12 aos 18 anos, a relação entre a insónia e condições de saúde mental mostrou-se igualmente significativa. Na maioria dos países cerca de 11% dos jovens entre os 13 e os 16 anos experiencia um problema de insónias a certo ponto. Os jovens mais ativos à noite apresentaram uma maior correlação com problemas depressivos ou de sono. Nesta investigação constatou-se que a insónia estava ligada a quadros depressivos, de ansiedade generalizada e perturbação de pânico. Há uma atenção crescente da comunidade científica sobre a ligação entre insónia, depressão e desordens de ansiedade, uma vez que estas problemáticas contêm fatores de risco social, neurobiológico e psicológico que se sobrepõem entre si.

Estes dados reforçam a importância de um trabalho de prevenção e tratamento dos problemas de sono desde cedo, para se preservar a saúde psicológica de todos.