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Lidar com a dor e com a sintomatologia física que se associa ao cancro da mama é mais fácil para as pacientes que reportam ter boas relações sociais e que estimulam o tempo de qualidade e divertido em conjunto.

Quanto maior o nível de integração social – dimensão da rede social, qualidade das relações individuais e apoio – melhor a percepção de qualidade de vida durante os tratamentos e melhor a qualidade emocional. Curiosamente, o facto mais determinante na previsão da dimensão física da qualidade de vida, que se verificou num estudo recente, foi a interacção social positiva – definida como a disponibilidade dos outros para partilharem tempo lúdico e divertido com estes doentes oncológicos. Quem indicava ter poucas interações sociais positivas tinha 3 vezes maior probabilidade de reportar uma baixa qualidade de vida e sintomas físicos de maior impacto.

Mais previsível foi a conclusão de que os pacientes que tinham maior apoio prático (quem os transportasse aos tratamentos, apoiasse nas tarefas domésticas, etc) reportavam uma melhor qualidade de vida, ainda que este impacto fosse menor do que o de relações sociais positivas.

Por isso, se lida com alguém em sofrimento oncológico lembre-se de algo que talvez não seja o mais evidente: apesar do sofrimento, esforce-se para puxar quem sofre para zonas agradáveis de divertimento, relaxamento e distracção – além do apoio prático. Desta forma, ajuda a diminuir a dor e melhorar a qualidade de vida emocional.

 

Referência: Candyce H. Kroenke, Charles Quesenberry, Marilyn L. Kwan, Carol Sweeney, Adrienne Castillo, Bette J. Caan. Social networks, social support, and burden in relationships, and mortality after breast cancer diagnosis in the Life After Breast Cancer Epidemiology (LACE) Study. Breast Cancer Research and Treatment, 2012; 137 (1): 261