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BullyingAo ouvir a palavra bullying, embora de origem inglesa, rapidamente a associará a diferentes notícias de televisão, títulos de jornais, capas de livros ou conferências em escolas. Esta palavra caracteriza um conjunto de comportamentos agressivos, que se repetem ao longo do tempo, no seio de “relações” onde existe desequilíbrio de poder, embora geralmente agressores e vítimas sejam de idades semelhantes.

Pela gravidade desta forma de mau trato entre pares, não faz sentido encarar o bullying como uma fase do crescimento, que possa ser desculpabilizado ou ignorado.

Os diferentes actores deste “teatro” hostil revelam baixa auto-estima, ansiedade e depressão. Particularmente no caso das vítimas, assiste-se ao impacto que estes comportamentos agressivos, físicos ou psicológicos, têm na sua vida quotidiana. Áreas como o sono, a alimentação, as interacções sociais, a auto-estima ou a atenção encontram-se frequentemente alteradas.

Em consulta, muitos jovens descrevem acontecimentos marcantes de bullying como se os estivessem a reviver. A postura física altera-se, o tom de voz modifica-se e relatam-se emoções, sensações e pensamentos tão reais como os vividos no momento das situações traumáticas. Referem-se comportamentos posteriores de evitamento de contacto com qualquer estímulo (pessoas, lugares, músicas, roupas…) que sejam associados ao trauma. São relatos impressionantes de sofrimento semelhantes aos descritos por pessoas com stress pós-traumático.

O EMDR surge como uma hipótese de intervenção psicoterapêutica, rápida e eficaz, em casos de bullying. As situações de bullying são vividas como experiências que o cérebro não consegue armazenar de forma adaptativa. Através do EMDR, a vítima conseguirá reprocessar as memórias traumáticas, integrado informação emocional e cognitiva mais adaptativa. A eficácia surpreende do EMDR acentua-se em cérebros jovens, uma vez que as suas redes neuronais parecem estar mais acessíveis.