Sofre de Perturbação Obsessivo-Compulsiva?
A Perturbação Obsessivo-Compulsiva afecta cerca de 3 em cada 20 pessoas, o que a torna um problema muito mais comum do que aparenta ser. E isto porque tende a ser mantida num segredo bem resguardado por quem dela sofre. Sendo caracterizada por obsessões que nada têm de realista e por compulsões que se afastam dos comportamentos habituais da maioria das pessoas, faz com que quem passa por uma situação destas sinta necessidade de não falar a ninguém sofre o inferno que vive e que se sente incapaz de controlar. Tendo em conta a sua prevalência na população adulta (e também de crianças e adolescentes!) será difícil não conhecer alguém que tenha esta perturbação, mesmo que não se aperceba disto.
Se tem dúvidas se poderá ser o seu caso, responda a estas perguntas rápidas, e que seguem os critérios de diagnóstico internacionais para a perturbação obsessivo-compulsiva.
Sabe porque é urgente tratá-la?
Infelizmente, a perturbação obsessivo-compulsiva (POC) não desaparece sozinha – pode acontecer, mas é raro. Muito antes pelo contrário: tende a agravar-se e de uma forma muito especial. Porquê especial? Porque o agravamento da POC não é apenas o tradicional: sintomas progressivamente mais graves e perturbadores da da vida. Para além disso, também pode ir aumentando o tipo de sintomas, surgindo configurações novas e abrangendo mais áreas do funcionamento (da verificação de portas, para a verificação do gás e aparelhos eléctricos, para a necessidade de reler tudo várias vezes, para a necessidade de verificar que não se bateu em nenhum peão na estrada,…).
Por isso, o tratamento é fundamental e obrigatório, desde os primeiros sinais desta perturbação. Quanto mais depressa é identificada, maiores as probabilidades de sucesso.
Mas trata-se como?
A POC requer uma intervenção especializada (contrariamente a alguns temas da Psicologia Clínica, para os quais a larga maioria dos psicólogos está qualificada).
Sendo uma apresentação clínica muito especial, encontram-se estudadas formas de intervir, validadas cientificamente, e que se constituem directrizes internacionais de um tratamento eficaz. Por vezes, e porque o desespero que a POC induz é muito elevado, as pessoas percorrem diversas opções, crendo-as úteis e eficazes, apenas para irem desmoralizando e assumindo que aquilo que têm é incontrolável. No entanto, a intervenção certa produz resultados bastante rápidos e com níveis de eficácia elevados.
Porquê intensivo e porquê em grupo?
O regime habitual para as intervenções na POC é o de consultas individuais, espaçadas uma semana e com tarefas e exercícios que devem ser cumpridos entre as consultas. As intervenções de grupo costumam ser raras, porque uma das características da POC é assumir configurações muito diversas entre si além de que a mesma configuração (limpeza, verificações, simetria,…) tem aspectos de elevada especificidade individual – estas questões tornam a POC uma candidata menos adequada às intervenções de tratamento em grupo.
Há, no entanto, opções actuais que têm vindo a ser apresentadas e demonstradas muito recentemente (na Noruega, Suécia, Islândia e EUA) e que não deixam margem para dúvidas:
- É possível tratar a POC em poucos dias, e de uma forma concentrada
- É possível fazê-lo num contexto de pequeno grupo, desde que exista uma atenção individualizada a cada participante
- Esta terapia intensiva, breve e concentrada obtém melhores resultados do que os que têm sido publicados para as melhores intervenções individuais: 70% de remissão (desaparecimento de sintomas) e 20% de remissão significativa. Igualmente importante: são resultados que se mantêm
Alguns aspectos que podem contribuir para esta eficácia:
- Conhecer outras pessoas com o mesmo diagnóstico permite uma capacidade de relativizar e perceber os próprios sintomas que é difícil (para não dizer impossível) quando a intervenção é individual
- A forma concentrada no tempo permite rapidez de aprendizagem cerebral dos novos comportamentos, pelo foco constante
- Sendo uma intervenção com um programa pré-definido reduzem-se as tentações de perseguir outros focos de mal-estar individual (que, não obstante serem importantes, em nada contribuem para o tratamento da POC)
- A presença de outras pessoas que sofrem de POC cria uma sinergia elevada, em que uns aprendem com os sucessos e dificuldades dos outros
- A presença de uma equipa de psicólogos cria um benefício de vários entendimentos e experiências clínicas sobre os participantes, melhorando a resolução de qualquer dificuldade que surja
Uma das vantagens deste formato concentrado é dar a oportunidade a pessoas que não residam em Lisboa, onde o programa decorre. Uma vez que todo o programa de tratamento decorre ao longo de um bloco de 10 dias, e que a sede da Oficina de Psicologia se encontra rodeada de umas dezenas de hotéis e outras soluções de alojamento local (e sendo época baixa), é possível a pessoas que residam longe acederem a esta oportunidade.
Em que consiste a intervenção?
Esta intervenção conta com um total de 40 horas e requer a presença dos participantes, em regime pós-laboral, em 7 dias, de Sexta(feriado) ao Domingo da semana seguinte. Requer, igualmente, um forte empenho de cada participante nas tarefas que lhe são propostas, sem o qual não se conseguem resultados.
Blocos principais da intervenção
Psicopedagogia
Os participantes irão ter oportunidade de conhecer tudo o que diz respeito à perturbação obsessivo-compulsiva, uma vez que isso os irá ajudar – ao longo da intervenção e pela vida fora – a reconhecer sintomas, perceber as estratégias que funcionam, bem como as que podem criar agravamento, identificar as melhores acções para cada situação problemática, etc.
Exposição com prevenção de resposta (EPR)
Este é o aspecto crítico da intervenção, sem o qual nada acontece, e, por isso, aquele que nos ocupará mais tempo. É também o mais trabalhoso e que requer mais engenho – tanto dos participantes, como da equipa de suporte. Cada participante irá desenhar as suas tarefas de exposição às situações que lhe causam ansiedade e provocam o loop obsessivo-compulsivo, colocando-as, depois, em prática, com apoio do seu co-terapeuta (outro participante) e do psicólogo que assiste o par.
Nova relação com os pensamentos
Para que a POC possa ser tratada, é necessário aprender um certo distanciamento dos pensamentos obsessivos, pelo que serão praticados exercícios de disfusão cognitiva e de mindfulness adaptados à POC.
Envolvimento da rede de suporte
Há um momento específico para que familiares e amigos convidados pelos participantes possam – também eles – ficar conhecedores do que é a POC e de qual pode ser o seu papel, como agentes promotores de saúde, junto dos participantes.
Prevenção e gestão de focos de stress
Um aspecto da máxima importância na POC uma vez que os sintomas obsessivo-compulsivos costumam aparecer e/ou agravar-se nos períodos de maior stress.
Quem se pode inscrever?
Este é um aspecto fundamental, porque nem todas as pessoas com POC poderão ser aceites neste programa intensivo, por isso, por favor, leia atentamente. São aceites, até um máximo de 10 (mínimo de 6), pessoas:
- Acima dos 26 anos
- Com uma configuração clássica de POC, tal como avaliado nas fases prévias (abaixo)
- Sem outra perturbação grave em saúde mental (avaliado nas fases prévias)
- Sem tentativas prévias de suicídio ou que apresentem esse risco (avaliado previamente)
- Sem consumo de substâncias ilícitas
- Disponíveis para estarem presentes em Lisboa ao longo de todo o programa
- Que concordem e aceitem as premissas de base do programa (confidencialidade em relação à identidade dos outros participantes, concordância no preenchimento de escalas de avaliação para monitorização do progresso)
É o seu caso?
Se for o seu caso, comece por pedir a avaliação inicial: gratuita e composta por um conjunto de questionários que visam avaliar sintomas, sua severidade, perturbações adicionais que possam introduzir maior complexidade e histórico pessoal no desenvolvimento da POC.
Após avaliação personalizada das suas respostas, recebe um pequeno resumo, bem como a informação quanto a poder passar à fase seguinte de avaliação, para apuramento neste programa.
Responsabilidade
Equipa de suporte
Será escolhida a partir da actual equipa de Psicólogos Clínicos da Oficina de Psicologia de Lisboa, de acordo com a sua experiência no tratamento da POC.
A proporção mínima será de 1 psicólogo presente por cada 2 participantes.
Todos os psicólogos estarão identificados com os temas específicos de cada participante e trabalham de uma forma articulada
Passos e datas
Atenção! As inscrições terminam no dia 6 de Outubro.
A inscrição nas fases de avaliação para apuramento no programa intensivo requer uma atitude consciente de interesse no tratamento, mas não envolve qualquer compromisso quanto à inscrição no programa.
Avaliação prévia gratuita
Avaliação com base em respostas aos questionários e escalas que serão enviados a pedido.
Constitui a primeira análise de possível apuramento para integrar este programa intensivo e sem o qual não pode haver lugar a inscrição.
Os resultados apenas começam a ser enviados e devolvidos aos participantes a partir de dia 1 de Setembro.
No entanto, a aceitação de inscrições segue a ordem de pedido e recepção de avaliações, pelo que é fundamental que, se quiser aproveitar esta oportunidade única em Portugal, envie já o seu pedido de avaliação inicial (formulário à direita).
Avaliação personalizada e esclarecimentos
No caso de na primeira avaliação (gratuita), não existir nenhum elemento que faça pensar que esta não seja a melhor solução para si, poderá marcar uma videoconsulta de hora e meia, individual e personalizada, para que todos os temas relevantes sejam aprofundados e nos certifiquemos que este programa de tratamento intensivo é adequado no seu caso. Ao longo desta avaliação personalizada poderá, igualmente, colocar e ver esclarecidas todas as questões que tenha.
Avaliação personalizada
- Videoconsulta, hora e data a combinar
Programa Intensivo
40 horas em Novembro.
1/Nov: 10:00 – 19:00
2/Nov: 15:00 – 20:00
3/Nov: 10:00 – 19:00
4/Nov: 17:30 – 20:30
7/Nov: 17:30 – 20:30
9/Nov: 15:00 – 20:00
10/Nov: 10:00 – 19:00
Programa intensivo de tratamento
- Presencial, pós-laboral, Novembro 2019